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Channel: Neuropsicopedagogia na sala de aula
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Cérebro-máquina de aprender (parte 2)

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     O segundo bloco da série Cérebro - Máquina de Aprender, apresentada pelo Jornal da Globo, trouxe novos exemplos sendo que alguns relacionados ao ato de imaginar-se realizando ações com a intenção de obter êxito em determinada atividade.

“ O poder da imaginação é quase tão importante quanto a prática de uma atividade.”

  Dentro desta abordagem ressaltaram o nome de alguns brilhantes profissionais que em comum apresentavam: - foco; - motivação e determinação. Todos ressaltaram as  horas constantes de treino às quais se  dedicavam, procurando executar suas funções com muita competência. A neurocientista, Herculano-Houzel ressaltou que: “a princípio qualquer pessoa pode se tornar excelente naquilo que faz, desde que se dedique, apresente uma motivação constante e muito treino.” 

   O ato de praticar é como abrir caminho em meio a um campo coberto de vegetação, quanto mais você percorre aquele caminho, mais ele fica demarcado, mais forte irá ser suas conexões naquela área.

Entretanto, esta demarcação também pode ocorrer através da imaginação, ou seja, visualizar-se praticando tal ação. O neurocientista Roberto Lent exemplificou que: “Imaginar é quase que praticar, por exemplo: se pedirmos para alguém se imaginar andando de bicicleta e fizermos um escaneamento do cérebro, poderemos verificar que as áreas ativadas serão quase as mesmas das quais ativadas caso estivesse realmente andando de bicicleta.”

    Apenas para lembrar: uma das ferramentas apontadas pela  Neurolinguística   é justamente isso: a visualização, perceber-se realizando determinado ato procurando melhorar seu desempenho em determinada área.

   Profissionais tais como a bailarina Ana Botafogo e o jogador de basquete Michael Jordan disseram que utilizam-se da visualização como forma de melhorar ainda mais seu desempenho. Também, lembrei das palestras de Cortella onde ele faz menção a Pelé, que além de todo treino em campo, reservava alguns minutos antes de qualquer partida de futebol e ficava visualizando jogadas que poderiam lhe dar chances de fazer gol.

  Existem alguns períodos da vida que são considerados “Janelas de Oportunidades”. Períodos estes em que há maior facilidade de aprendizagem, por exemplo, o gráfico abaixo mostra que há maior atividade metabólica na fase inicial da infância, onde as crianças conseguem absorver com mais facilidade a aprendizagem, desde que tenham condições estruturais para que isso ocorra.

 É na primeira infância que conseguimos maior aprendizagem, embora ela continue ao longo de nossas vidas; o gráfico demostra que o nível de pico no aumento da demanda da glicose, mais pronunciado nas regiões neocorticias entre 3-10 anos, é mais do dobro do que a observada em adultos. Esta curva não-linear do metabolismo da glicose cerebral é em forma de um  “U” invertido. 

    E a parte que sempre acho mais interessante é o foco educação, onde novamente apareceram abordagens significativas, tais como  o trabalho desenvolvido em uma escola de Educação Infantil, sob a orientação da pesquisadora Elvira Lima e Souza:
- É possível criar memória de longa duração desde criança, sendo que Kandel já postulava que “Aprender significa criar memórias de longa duração.” Então, crianças no ambiente da Educação Infantil necessitam de muito estímulo, muitos recursos que propiciem a excelência na aprendizagem. Para o desenvolvimento das funções simbólicas e da imaginação, a criança precisa exercitar diariamente áreas específicas do cérebro, fazendo com que isso traga contribuições importantes para a aprendizagem.
    Sendo que, através da reportagem, novamente foi enfocado a questão do lúdico, do brincar, da naturalidade em que a aprendizagem deve ocorrer e a questão da afetividade, de recompensar o aluno por suas conquistas. ELOGIAR MUITO.
   Herculano-Houzel enfatizou que “elogiar é fundamental, deveria ser muito utilizado nas escolas e nas famílias.”



  Eduardo Manes dizia que o cérebro de um recém-nascido é apenas um quarto do tamanho de um adulto e, durante todo o curso de sua infância, experimenta um crescimento intensivo de neurônios. Mas isso é um fenômeno eminentemente biológico condicionado pela experiência, uma vez que este será o orientador de como as conexões neurais são preservadas e quais ligações serão apagadas. As primeiras áreas do cérebro a amadurecer são as informações mais básicas relacionadas com controle visual ou motor de movimentos. Mais tarde se desenvolvem outras, tais como a linguagem e orientação espacial. As últimas áreas que amadurecem entre as segunda e terceira décadas de vida, são aquelas que estão localizadas na área frontal. Estes dados permitem-nos compreender que o cérebro de uma criança, e até mesmo de adolescentes se encontra em amadurecimento n as áreas envolvidas na inibição do impulso, na tomada de decisões, planejamento e flexibilidade cognitiva ou intelectual. 
  E eis aí a grande importância do trabalho desenvolvido pelos profissionais da Educação Infantil, pois são eles que vão preparar o indivíduo através de diversos recursos para que futuramente apresentem seu córtex pré-frontal melhor estruturado a fim de exercer com plenitude suas capacidades cognitivas.
 Estudos demonstram que a criança para chegar na etapa do letramento, precisa  de anos anteriores em contato com recursos disponíveis pelo mundo letrado (livros, revistas, letras diversas, rótulos, placas...), mas tudo isso se faz de modo natural, lúdico, brincando, dramatizando, manipulando diversos materiais...
  Um dos lembretes enfocados no final da reportagem é que somos seres de memórias, mas embora guardamos muitas ações positivas, as negativas também se fazem presente, por exemplo: o dia 11 de setembro, é uma data que nos arremete ao atendado nas torres gêmeas. 

     Este segundo bloco da reportagem sobre o cérebro me lembrou muito de um outro post feito anteriormente aqui no blog: "Quem é você?".

Fonte: Jornal da Globo


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